sexta-feira, março 07, 2008

Os ventos estão a soprar a favor da cultura triunfense


Depois do estrondoso sucesso do carnaval o Centro Cultural Qorpo santo está prestes a tornar-se uma Fundação Cultural

Gladis Maia

Há mais de duas décadas, em abril de 1985, liderados pelo escritor Fernando de Castro Freitas, escolhido por unanimidade como Presidente Honorário,alguns jovens e outros cidadãos triunfenses, não tão jovens, reuniram-se com o intuito de formar uma agremiação que reunisse no seu afazer todas as artes. O encontro foi no Teatro Municipal e dele saiu constituído os grupos de trabalho da associação e sua diretoria.
Foi seu primeiro Presidente Rodrigo Casagrande Pacheco; Vice, Vânius Olegário Machado; Secretária, Maria Cristina Schubert; Adjunta, Tânia Souza; Tesoureira, Ângela Fernandes; Adjunto, João Luiz Vieira Lopes.
Naquele primeiro encontro oficial, como registra a primeira ata da instituição, datada de 26 de abril, formaram-se as seguintes frentes de trabalho: TEATRO E LITERATURA (Adriana Esswein, Maria Camargo, Mariam Georges, João Maria Alencastro, Salete Brietzki, Rosana Tavares, Lauro Franco); MÚSICA E DANÇA (Volnei Teixeira, Vinícius Barreto, Luis Carlos Santos; CORAL (Presidente, Egidio Xavier Maia; Secretário, Airton Machado; Tesoureira, Laci Carvalho); TRADIÇÃO E FOLCLORE (Eliana Gonzatti, Cléris Borba, Ivo Rambor de Souza e Egidio Maia); HISTÓRIA E PESQUISA (Odila Casagrande Pacheco, Fernando Freitas, Martíria Souza, João Maria Alencastro); ARTES PLÁSTICAS (Margareth Volkweis, Vânius Machado, Giancarlo Tavares); CINEMA E FOTOGRAFIA (Manoel Soares da Silva, Miguel Ângelo Aires, Clóvis Ramos Viana, Leandro Flores); GRUPO DE APOIO EM PORTO ALEGRE (Selma Alencastro, Fidelis Valnei Merg, Gladis Xavier Maia, Gildo Campos, Rute Martins, Elma Santana, Eugênio Cleto Campani).
Num passar de olhos pela lista de nomes acima percebe-se que muitos cidadãos triunfenses - mesmo que alguns estejam longe daqui - continuam com seus projetos na área cultural e que outros, infelizmente, já partiram do nosso convívio. Aos primeiros convocamos para que retornem trazendo outras pessoas amigas ou conhecidas, ao seio do Centro Cultural Qorpo Santo, já quase-quase Fundação, novamente como colaboradores. E, aos últimos, rogamos que torçam por nós de onde estiverem, pela continuidade deste honroso trabalho em favor de Triunfo e de seu povo, pois só a cultura distingue uma cidade, um estado, um país, um continente de outros.
Com esta matéria, a primeira de muitas, queremos registrar todos os passos que estamos a dar para que a Fundação Qorpo Santo de fato e de direito assim denominada se constitua na reunião de tudo que se realiza em termos de cultura na nossa cidade tornando-se um legado cultural aos que nos sucederem.
Na manhã do sábado 1º de março, em assembléia geral, reunida na Câmara de Vereadores, os presentes, representantes de vários segmentos de nossa sociedade, aprovaram o estatuto da fundação, após a realização, em paralelo, da leitura do mesmo em data-show, quando foram feitas várias emendas, supressões e correções sugeridas ao texto original pelos componentes da plenária. Deste histórico encontro foi escolhido o Grupo Gestor, que faz parte das Comissões de Trabalho, denominadas coordenações. São elas:
COORDENADORA GERAL – Odila Lourdes Rubin de Vasconcelos
DE ADMINISTRAÇÃO – Maristane Teresinha Pasa Vieira Figueiró
DE FINANÇAS – João Ramos Matias
DE PATRIMÔNIO – Pedro Canízio dias de Carvalho
DE LEGISLAÇÃO – Adroaldo Renosto
DE COMUNICAÇÃO – Gladis Xavier Maia
DE CULTURA – Inalda de Siqueira Guedes
Na próxima matéria estaremos entrevistando a Coordenadora Geral da Fundação, Odila Vasconcelos, e nas subseqüentes cada um dos membros da diretoria. Até lá!

Especialistas defendem doação de embriões


A discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o uso de embriões humanos para pesquisa científica deverá levantar o debate sobre a reprodução humana assistida, com a fecundação de óvulo em laboratório. A avaliação é de cientistas e juristas que participaram de debate ontem na sede da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
Com o tema Onde Começa a Vida?, o evento contou com a participação de dois pesquisadores que trabalham com células-tronco, um contra e outro favorável ao uso de embriões humanos, e de dois juristas, que também defendem posições contrárias.
O médico Marcelo Paulo Vaccari Mazzetti, vice-presidente do Instituto de Pesquisa de Células-Tronco, afirmou que a sua posição é lutar pela vida. Ele defendeu a possibilidade de que todos os embriões congelados no país fossem doados para serem gerados por mulheres que querem ter filhos e não conseguem.
"Em todos os tratados, nós médicos não temos dúvida: o desenvolvimento humano inicia-se na fertilização do óvulo", destacou Mazzetti, que questionou "como o ser humano pode condenar à morte a mais indefesa das formas da vida humana?".
O pesquisador trabalha exclusivamente com células-tronco adultas e defende que se tente avançar nas pesquisas apenas com essas células. Também disse que é preciso manter a ética nas pequisas, que, segundo ele, devem começar por ensaios e cobaias antes de chegar ao ser humano.
Mazzetti também questiona a lei brasileira atual que permite o uso de embriões definidos como inviáveis, pelos médicos, ou os congelados há três anos. Segundo ele, há casos de gravidez com sucesso com embriões congelados há oito anos e o único processo de seleção possível para a viabilidade deve ser a aceitação ou a rejeição do útero materno.
"Por que fazer tantos embriões congelados? Nós temos um problema, temos médicos brincando de Deus. Eles estão fazendo seres humanos em série. E alguns eles congelam".
Para a pesquisadora Natassia Vieira, do Laboratório de Células-Tronco do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo, as pesquisas com as células embrionárias não ferem princípios humanos definidos pela ciência e são importantes porque permitirão avanços. "A sociedade já tem um consenso sobre o fim da vida, que é o fim da atividade cerebral, encefálica. E o embrião não tem neurônios antes de 30 dias", destacou..
Segundo ela, as células-tronco embrionárias dão origem a 216 tipos de células humanas adultas e estudá-las é um caminho que não pode ser descartado para aprender sobre a constituição do corpo humano e curar doenças como mal de Parkinson, Alzheimer, epilepsia, mal de Huntington, esclerose lateral amiotrófica.
Natassia Vieira faz pesquisa sobre problemas neuromusculares e utiliza ambos os tipos de células-tronco. Ela afirma que têm sido infrutíferas todas as tentativas para construir células nervosas a partir das células adultas, apesar dos esforços das equipes dos institutos de Biologia e de Química da universidade. "Elas geram neurônios, mas eles não passam sinais", explicou.
Em entrevista à Agência Brasil, a pesquisadora e especialista Maria do Carmo Borges de Souza opinou que o termo "inviáveis", usado na regulamentação, não é adequado. Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vice-presidente da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida e proprietária de uma clínica na área, ela afirma que não é esse o ponto.
"Se não fossem viávei não estariam congelados, se não fossem viáveis eles não teriam vida e não seriam úteis nem para a pesquisa de células-tronco. Eles poderiam ser doados se o casal assim definisse para um outro casal, porque, para alguns casais, aqui no Brasil, está havendo gestação de embrião de oito anos, de dez anos e, no mundo, há relato de embriões de 14 anos. Eles são viáveis, mas eles estão parados".
Para Maria do Carmo Borges, a discussão é importante, é pública e precisa ser feita. "Eu vejo como cientista que a questão da pesquisa com célula-tronco embrionária é importante, é essencial, e ela veio para ficar. Eu acho extremamente importante que seja veiculado porque a ciência passa pela sociedade. E eu acho que essa discussão é pública mesmo, e afloram os sentimentos todos, os razoáveis e os extremistas. A sociedade de cientistas não está contra a discussão."